Poema para a Mãe do Mundo

A Mãe sentiu um poema cheio de nuvens brancas.

E deu-o cantando à criança faminta.

Desenhou na sua inocência a palavra perdão

e deu à canção o recomeço da vida.

Um poema de olhos virgens

que arranca ideias como se arrancam as flores

para dar à Mãe num qualquer domingo ou dia.

Ela disse-lhe para cantar assim:

No passeio leve da nuvem branca,

leve e branca a água que era e que será.

Sempre tive o dom de perdoar,

A Mãe ensinou-me o caminho para o mar.

E sem jamais entender nem saber sequer como se perdoa,

do mesmo modo que não se sabe o tanto da vida,

a criança foi oferecendo flores ao mundo enquanto crescia.

Branca a canção e branca a nuvem,

o perdão fez-se lágrima e oiro curando

os corações e os rios.

Ana Maria Pinto 4 de Maio de 2025

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